A fina dama

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Fernanda Takai - a fina dama da mpb

sábado, 5 de maio de 2012

Onde vão os pensamentos: Pedagogia da personalidade

Onde vão os pensamentos: Pedagogia da personalidade:                 A pedagogia de um professor passa pelo método, passa pela técnica, passa pela didática, pelos recursos e planejamentos. A...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Pedagogia da personalidade



                A pedagogia de um professor passa pelo método, passa pela técnica, passa pela didática, pelos recursos e planejamentos. A prática docente é perpassada pelas aflições de uma política salarial, pela diversidade de uma sala de aula, pelas cobranças da coordenação, do tempo, do calendário escolar, e de novo volta pro método, pra técnica revisitada, reconstruída.
            É no andar enviesado dos corredores das escolas, é nas dúvidas do pré-conhecimento da experiência de vida de cada aluno, na dor da exclusão, na educação em retalhos de um Brasil de dimensões múltiplas que o professor se desencontra de muita coisa planejada, pré-concebida, embalada no melhor papel de presente que o laço se desata.
            É aí que a técnica deixa de ser tão preponderante e entra em cena à personalidade, o caráter, a sensibilidade, o palhaço com alma imaginária e imortal, a brincadeira de fechar o que quebra as cabeças, fazer o riso soltar-se, a autoestima aflorar livremente como as rosas de um jardim num sertão árido, fazer sol em pleno inverno... Nada pode ser mais imperioso que isso; nem as técnicas nem os métodos, embora não devam ser dispensados.
            Às vezes inventar utopias, acreditar nas mudanças, não dizer nunca, chorar apenas nos bastidores, mas logo por um sorriso vasto no rosto e ousar na sala de aula das vidas. Pois acredito que são as pessoas, os sujeitos que constroem a sala de aula, seja pela interatividade, seja pela aceitação, seja pelo não, seja pela dor, pelo desejo apaixonado de refazer o que foi deixado para trás.
            Educação e políticas públicas são liberdades dentro de um caminho que se faz como um palhaço ou um mágico no picadeiro de um circo. Essa relação nasce do sonho, da ilusão, da imaginação, dos pensamentos mais perdidos e vai se formando e se reconstruindo para uma realidade desafiadora e com a impiedade do tempo. É assim que percebemos que o trabalho em grupo deve desfazer todo egoísmo em nome dos indivíduos humanos sagrados. Isso faz crescer o cidadão, a cidade, o sentido para o cotidiano sem deixar de lado o picadeiro do circo e os planejamentos.
            Conscientemente ou não buscamos nas pessoas e nas instituições as virtudes. Virtudes como a coragem, a sensibilidade, a solidariedade, o compromisso, seriedade, profissionalismo e um ‘jogo de cintura’ somando a humildade para as desconstruções e recomeços necessários. No Brasil, mais do que em outros lugares do mundo, a educação é um caminho para a utopia possível da inclusão e dos vários recomeços de gente que não imaginava que poderia mais prosseguir dignamente na vida. Quando qualquer professor ao chegar à sala de aula num dia comum do ano letivo, receber de presente uma conchinha de praia de um aluno que conheceu o mar antes desconhecido saberá muito bem o valor que tem um educador.


Anglebson Barros - Abril de 2012

sábado, 3 de março de 2012

MÚSICA DE CHICO NOS LANCES DE BEBETO

  Meu sonho era fazer música. Música de Chico Buarque. Também me encantava nos gramados dos campos de futebol, principalmente na copa de 1994 os dribles e passes de Bebeto. Me encantava suas comemorações, tanto quanto ler ou ouvir textos músicas de Chico Buarque.
  Certa vez numa aula do meu Ensino Fundamental o professor de história levou algumas músicas de Chico Buarque para ouvirmos sobre a ditadura militar, quando um colega de sala chamou a canção de 'brega'. Fiquei indignado, amaldiçoei-o em silêncio e ainda ergui o braço em sua direção e disse: um dia você vai me ouvir no rádio ou no teatro, quem sabe em alguma praça cantando e até compondo como Chico Buarque.
Nos jogos escolares pedi ao líder do time de futsal para vestir a camisa 7 de lateral para fazer jogadas como as de Bebeto. Isso amenizaria meu desejo não alcançado de ser Chico Buarque.
   Passou o tempo, não fiz os gols imaginários do Bebeto e tratei de desistir da carreira de jogador. Tentei aprender música. Fui pra escola aprender teclado, depois contra baixo, terminando num semestre completo de técnica vocal na escola de artes da faculdade no período de minha graduação (não de música, mas de História). 
  Hoje os discursos e interpretações de História na minha cabeça são lances de Bebeto narrados na música de Chico Buarque.